Naquele dia cheguei mais cedo ao serviço...
(ainda mais cedo que o habitual)
Ao ver-me entrar, a colega disse-me logo que a J. já tinha perguntado por mim, quando voltava a ir trabalhar, que queria falar comigo.
Visto a falta de tempo que existe ali, assim que se recebe o turno, decidi que iria ter com a senhora, de imediato, mesmo antes de me fardar.
Fui...
...ao entrar no seu quarto, ela sorriu com a face toda...
- "Querida,
você sabe que vou no Domingo para o bloco...
Sabe os riscos que corro...
Tome..."
- "Mas, Dona J.... o que é isto?
Porquê?..."
- "Apenas quero que se recorde de mim, quando morrer...
É p'ra você...
Gostei muito de a conhecer"
- "Oh.. - e uma lágrima escorreu
Obrigada... nunca a esquecerei..."
Debrucei-me na cama onde se encontrava deitada, dei-lhe dois beijos, abracei-a e voltei a agradecer...
Tenho comigo a sua recordação, não física, mas no meu íntimo...
Sim... faleceu...
Mas ficou guardada a sua alegria, a sua força, a sua luta e a fonte de amor que sempre foi para com quem ela estava...
R.I.P.
Que dizer? Que dizer? Somos todos tao frageis mesmo quando nos julgamos fortes...
ResponderEliminarum beijinho do tanmho de ti... e da senhora que partiu. DEus a tenha na incomensurabilidade do Seu regaço...