segunda-feira, 24 de maio de 2010

Sempre presente...

Naquele dia cheguei mais cedo ao serviço...
(ainda mais cedo que o habitual)

Ao ver-me entrar, a colega disse-me logo que a J. já tinha perguntado por mim, quando voltava a ir trabalhar, que queria falar comigo.

Visto a falta de tempo que existe ali, assim que se recebe o turno, decidi que iria ter com a senhora, de imediato, mesmo antes de me fardar.

Fui...
...ao entrar no seu quarto, ela sorriu com a face toda...

- "Querida,
você sabe que vou no Domingo para o bloco...
Sabe os riscos que corro...
Tome..."

- "Mas, Dona J.... o que é isto?
Porquê?..."

- "Apenas quero que se recorde de mim, quando morrer...
É p'ra você...
Gostei muito de a conhecer"

- "Oh.. - e uma lágrima escorreu
Obrigada... nunca a esquecerei..."

Debrucei-me na cama onde se encontrava deitada, dei-lhe dois beijos, abracei-a e voltei a agradecer...

Tenho comigo a sua recordação, não física, mas no meu íntimo...
Sim... faleceu...
Mas ficou guardada a sua alegria, a sua força, a sua luta e a fonte de amor que sempre foi para com quem ela estava...

R.I.P.

1 comentário:

  1. Que dizer? Que dizer? Somos todos tao frageis mesmo quando nos julgamos fortes...

    um beijinho do tanmho de ti... e da senhora que partiu. DEus a tenha na incomensurabilidade do Seu regaço...

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